Os ShotBrains preferidos
Meu “Shotbrain”: Uma Caçada ao Espresso Perfeito no Norte da Itália
Para muitos, uma viagem ao Norte da Itália é sobre arte, montanhas e história. Para mim, foi uma missão. Uma missão que me levou a mais de 25 cafeterias espalhadas por todas as oito regiões do norte: de Valle d’Aosta ao Friuli-Venezia Giulia, do Piemonte ao Veneto. Eu estava em busca do “shotbrain” – aquele espresso tão perfeito que se tornaria inesquecível.
Meu ritual era sempre o mesmo. Eu parava do lado de fora, olhava a logo do café na fachada, espiava o ambiente, o atendente e, claro, a máquina de espresso. Só então eu entrava.
“Un caffè, per favore.” Nem ristretto, nem lungo. O espresso na sua forma mais pura. E, chiaro, sempre sem açúcar.
Então vinha o gesto da colher. Aquele pequeno movimento era mais que um ritual; era a preparação para um shot de alegria.
A experiência italiana é um universo em si. Encontrei xícaras de todos os formatos, senti o cheiro do perfume do atendente (algo muito comum no Brasil) e vi de tudo: de atendimentos calorosos a outros nem tanto; do espresso mais caro da minha vida em Veneza ao mais justo, curiosamente, dentro da IKEA em Brescia.
Claro, houve momentos incríveis com as marcas gigantes. Em Torino, visitei o Museu da Lavazza. No final desse tour por aquele lugar lindo e moderno, tivemos uma degustação de espresso da marca… foi incrível.
Mas os verdadeiros “shotbrains”, as surpresas que definiram a viagem, vieram de onde eu menos esperava.
O primeiro, que me deu um shot fantástico, foi em Trento. Entrei em uma cafeteria que tinha na logo a silhueta de um menino com aquele chapeuzinho de turco, tudo em vermelho. Eu não conhecia a marca: Julius Meinl. Descobri ali que era um blend de uma torrefação austríaca. Que isso! Que espresso maravilhosooo! É o meu número um, por enquanto. (rs)
A segunda revelação veio em Modena. Estávamos comendo pizza às 14 horas e, depois, pedi um café. Eu já tinha me tornado “aquele” cliente, então perguntei logo a marca. A atendente disse uma que eu não conhecia: Carnera. Era outro blend, de Brasil e México.
Uau, meus amigos… Que espresso! Que shot! Esse ficou em segundo lugar.
No fim, cada máquina, cada barista e cada blend contaram uma história. E que cafés, meus amigos. Que cafés!

